Normas ABNT para Referências de Conteúdo Criado por Inteligência Artificial
Introdução às Normas ABNT e a Uso da Inteligência Artificial
As normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) desempenham um papel fundamental na padronização da produção científica e acadêmica no Brasil. Historicamente, essas normas foram estabelecidas para garantir a qualidade e a integridade das referências utilizadas em trabalhos acadêmicos. Com a crescente influência da tecnologia e, mais especificamente, da inteligência artificial (IA) na criação de conteúdo, tornou-se essencial adaptar essas normas às novas realidades desse ambiente digital. Em abril de 2024, novas diretrizes serão implementadas para regulamentar a referência de conteúdos gerados por inteligência artificial, uma medida que reflete a evolução constante dos métodos de produção e comunicação de informações.
O uso da inteligência artificial na criação de texto, análises e até mesmo na formulação de pesquisas, traz um dilema importante: como garantir que a fonte desse conteúdo seja devidamente reconhecida e atribuída? A IA, enquanto ferramenta que produz resultados baseados em algoritmos, não se encaixa nas definições tradicionais de autorias e citações. As novas normas ABNT buscarão integrar as especificidades do uso de inteligência artificial, permitindo que pesquisadores e acadêmicos citem adequadamente esses recursos tecnológicos.
A importância de regular o uso da IA na produção de conteúdos vai além da mera citação. Estabelecer um conjunto de normas proporciona uma estrutura que ajuda a proteger direitos autorais, assegura a credibilidade das fontes e promove a transparência na pesquisa. À medida que a inteligência artificial se torna mais prevalente em diversas esferas, desde a educação até a comunicação corporativa, a atualização das normas ABNT garante que o progresso tecnológico não comprometa a ética e a integridade em ambientes acadêmicos.
O que é a NBR ISO/IEC 42001:2024?
A NBR ISO/IEC 42001:2024 é uma norma que estabelece diretrizes e requisitos para a produção de conteúdos gerados por inteligência artificial (IA). Esta norma foi elaborada com o objetivo de garantir a integridade, transparência e qualidade dos textos produzidos automaticamente, promovendo a conformidade com padrões internacionais. A necessidade de sua adoção se torna evidente à medida que a utilização da IA se torna cada vez mais comum em diversas áreas, como educação, marketing, jornalismo e pesquisa científica, levando à urgência em regulamentar esse processo.
Entre as premissas fundamentais da NBR ISO/IEC 42001:2024, destaca-se a ênfase na ética na geração de conteúdo. A norma busca assegurar que as informações geradas não apenas atendam a critérios de qualidade, como também respeitem valores éticos e de respeito à propriedade intelectual. Dessa forma, ela se propõe a evitar a disseminação de falsidades, plágios ou violações de direitos autorais, criando um ambiente mais seguro para autores e leitores, além de promover a responsabilidade das máquinas em respeitar esses aspectos.
Adicionalmente, essa norma integra aspectos técnicos que orientam a implementação de processos e controles associados à utilização de ferramentas de IA na produção textual. Ela abrange desde a definição de critérios de qualidade até a verificação da origem das informações utilizadas, assegurando um fluxo de trabalho que prioriza a confiabilidade. Assim, a adoção da NBR ISO/IEC 42001:2024 é um passo relevante na formalização de práticas que visam não apenas a inovação, mas também a responsabilidade social na produção textual contemporânea.
Plágio versus Intertextualidade: Uma Nova Perspectiva
A discussão sobre plágio e intertextualidade tem ganhado destaque, especialmente com o avanço da inteligência artificial (IA) na criação de conteúdo. O plágio é frequentemente definido como a cópia não autorizada do trabalho de outra pessoa, violando direitos autorais e evitando o reconhecimento devido ao autor original. Em contrapartida, a intertextualidade refere-se à relação entre textos, quando um autor cria novas obras que dialogam ou se inspiram em textos existentes. Essa interação é uma prática comum e válida na literatura, arte e, mais recentemente, no uso de ferramentas de IA.
Quando se trata de conteúdo gerado por inteligência artificial, a linha entre plágio e intertextualidade pode ser nebulosa. A IA é programada para aprender com vastos conjuntos de dados, muitos dos quais incluem obras humanas. Assim, ela pode replicar estilos, temas e até frases que já existem. Esse fenômeno não deve ser imediatamente rotulado como plágio, mas sim analisado sob uma nova perspectiva. Ao invés de ver a produção de conteúdo por IA como uma ameaça à originalidade, ela pode ser abordada como um recurso criativo que permite a recontextualização de ideias previamente exploradas.
Ao utilizar a IA, é fundamental que os criadores enfatizem a originalidade e ofereçam crédito aos autores cujas obras influenciaram seu trabalho. A intertextualidade, quando utilizada de maneira consciente, pode enriquecer o conteúdo, oferecendo uma nova lente através da qual o público pode apreciar as ideias já existentes. Isso promove um ciclo de pensamento crítico e criatividade, em vez de simplesmente reproduzir textos. Portanto, ao considerar as normas ABNT e as implicações legais do uso de IA, deve-se fomentar a compreensão de como as criações intertextuais podem contribuir positivamente para a produção de conteúdo, sem desmerecer os direitos dos autores originais.
A Prática de Referenciação de Conteúdos de Autores e Instituições
A referência adequada de conteúdos desenvolvidos por inteligência artificial é essencial para garantir a integridade acadêmica e a transparência na disseminação do conhecimento. Quando se trata de artigos acadêmicos e publicações, é crucial que os autores atribuam créditos apropriados às fontes utilizadas, estejam elas vinculadas a indivíduos específicos ou instituições. O reconhecimento adequado das contribuições de autores e instituições não apenas respeita os direitos autorais, mas também fortalece a pesquisa, permitindo que outros acadêmicos e interessados tracem o caminho do conhecimento de maneira mais eficaz.
É importante ressaltar que a prática de referenciação não se limita apenas à citação direta de autores e suas obras. Muitas vezes, o conteúdo gerado por inteligência artificial pode ser uma compilação ou síntese de informações provenientes de diversas fontes. Por isso, ao referenciar conteúdos, é fundamental identificar todas as contribuições relevantes e anotá-las de maneira clara. A norma ABNT sugere que as referências sigam formatos específicos, que incluem nome dos autores, título da obra, editora, ano de publicação, entre outros detalhes. Cada um desses elementos desempenha um papel crucial na constituição de uma referência completa.
Ademais, assegurar que as fontes sejam citadas corretamente não só evita o plágio, mas também proporciona ao leitor a capacidade de verificar e explorar as informações mencionadas. Em tempos em que a aplicação da inteligência artificial na criação de textos está em ascensão, a atenção à referência de conteúdos se torna ainda mais vital. Ao utilizar dados produzidos por sistemas automatizados, autores devem ter a responsabilidade de considerar o contexto e a origem das informações. Assim, é possível contribuir para um ambiente acadêmico mais ético e eficaz.
Referência para Imagens Criadas por IA
A incorporação de imagens geradas por inteligência artificial em trabalhos acadêmicos e publicações demanda uma abordagem cuidadosa em relação à formatação das referências, de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). As diretrizes estabelecidas visam assegurar que a origem e a autoria destas imagens sejam devidamente creditadas, assim como acontece com conteúdos criados por humanos.
Para referenciar uma imagem gerada por inteligência artificial, o autor deve incluir informações que permitam a identificação da obra. Isso normalmente envolve o nome do criador do conteúdo, que no caso de uma inteligência artificial pode ser o nome do software ou da plataforma utilizada, seguido pela data de criação e uma descrição da imagem. Além disso, deve-se mencionar que a imagem foi gerada por inteligência artificial. Isso é fundamental para proporcionar clareza ao leitor quanto à origem do material visual utilizado.
Um exemplo de referência para uma imagem criada por IA pode ser estruturado da seguinte forma: “DALL-E 2. Imagem gerada por inteligência artificial, [Título ou Descrição da Imagem], disponível em: [link da imagem], acessado em: [data de acesso].” Esse formato não só reconhece a ferramenta utilizada, mas também oferece um caminho para que leitores possam acessar a imagem original, promovendo a transparência e a verificação das fontes.
É importante ressaltar que, conforme a tecnologia continua a evoluir, novas práticas e normas podem surgir. Portanto, recomenda-se que os autores estejam sempre atualizados em relação às diretrizes da ABNT referentes à citação de imagens geradas por inteligência artificial, garantindo que sua utilização respeite tanto a originalidade quanto a integridade intelectual.
Referência para Textos Criados por IA
Com o crescimento exponencial da tecnologia de inteligência artificial (IA), surgem novas desafios em várias áreas, incluindo a forma como referenciamos conteúdos criados por algoritmos. A norma ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) apresenta diretrizes específicas que podem ser aplicadas para garantir a transparência e a correta atribuição de autoria em textos gerados por IA. De acordo com as normas atualizadas, é fundamental que o usuário inclua informações suficientes que possibilitem a identificação e a consulta sobre a fonte do conteúdo.
Um dos pontos principais a ser considerado na referência de textos gerados por IA é a necessidade de mencionar claramente a ferramenta ou software utilizado. Por exemplo, caso um artigo tenha sido redigido com o auxílio de uma plataforma de IA como o ChatGPT, a citação deve refletir isso de maneira inequívoca. A estrutura sugerida, seguindo a norma ABNT, pode ser exemplificada da seguinte maneira: “AUTOR DA MÁQUINA. Título do texto. Nome da plataforma: versão, ano. Disponível em: URL. Acesso em: data de acesso.” Essa configuração permite que o leitor compreenda que o conteúdo foi produzido por uma IA, evitando assim confusões sobre a autoria do trabalho.
Além disso, a dizimação do conteúdo gerado por inteligência artificial requer a avaliação da ética em sua utilização. Ao referenciar texto criado por IA, o autor deve procurar garantir que as informações sejam precisas e que a fonte original, se existente, esteja devidamente citada. Tal prática não apenas promove a honestidade acadêmica, mas também fortalece a credibilidade do trabalho produzido, uma vez que a inovação e a tecnologia devem coexistir respeitando os princípios éticos estabelecidos para a pesquisa e criação de conteúdo. Ao seguir estas diretrizes, contribui-se para uma comunicação mais clara e responsável na era digital.
Os Desafios da Evolução nas Normas de Referenciação
A evolução das normas de referenciação, como as normas ABNT, representa um fenômeno significativo para a academia e a indústria criativa. Com o surgimento de conteúdos gerados por inteligência artificial (IA), novas questões emergem, complicando a aplicação e a adequação dessas diretrizes. Os principais desafios podem ser agrupados em aspectos de autoria, confiabilidade e adaptação tecnológica.
Primeiramente, a questão da autoria se torna complexa. Tradicionalmente, as normas de referenciação partiram do pressuposto de que a autoria é claramente definida, mas com a IA, a questão de quem é o autor legítimo de um texto gerado por algoritmos levanta debates profundos. Autores e pesquisadores precisam entender como criticar e referenciar adequadamente esses conteúdos, garantindo a integridade acadêmica e o reconhecimento de esforços humanos e tecnológicos em conjunto.
Além disso, a confiabilidade dos conteúdos gerados por IA é um desafio substancial. As normas de referenciação têm se baseado em fontes verificáveis e legítimas, e a inclusão de conteúdos automatizados requer um nível de validação. Isso pode interferir na aceitação dessas novas fontes como referências integradas à pesquisa acadêmica e ao trabalho criativo, uma vez que a veracidade das informações geradas pode variar consideravelmente.
Por fim, a adaptação tecnológica própria da evolução das normas exige um esforço contínuo por parte de instituições educacionais e órgãos reguladores. O desenvolvimento de diretrizes que incorporem a IA sem comprometer a qualidade do conhecimento produzido será crucial. Assim, é evidente que o provável impacto das atualizações nas normas de referenciação será profundo, exigindo reflexão e ação colaborativa dos envolvidos no processo criativo e acadêmico.
O Que Esperar Futuramente nas Normas de Referência?
As normas ABNT sempre foram um pilar fundamental para a elaboração de trabalhos acadêmicos e publicações, promovendo padronização e clareza nas referências bibliográficas. No entanto, com o crescente uso de inteligência artificial na geração de conteúdo, existem debates sobre a necessidade de revisões ou atualizações dessas normas. A produção automatizada de textos levanta questões sobre autoria, propriedade intelectual e a validade das informações geradas, o que pode influenciar significativamente as normas de referência futuramente.
Uma das principais discussões em andamento refere-se à identificação dos responsáveis pela criação de conteúdo produzido por meio de inteligência artificial. Isso inclui ponderações sobre como reconhecer e apresentar as contribuições das ferramentas usadas na redação, bem como a importância da transparência na divulgação desse aspecto nas referências. A inclusão de elementos como o nome do algoritmo ou da plataforma pode se tornar uma prática padrão, promovendo a clareza sobre a origem do conteúdo.
Além disso, a evolução contínua das tecnologias de inteligência artificial sugere que as normas possam precisar de adaptações regulares. Isso não apenas garantirá a relevância das diretrizes, mas também ajudará pesquisadores e acadêmicos a alinharem suas práticas às novas realidades da produção de conhecimento. Com as atualizações de ferramentas e abordagens, a ABNT pode considerar incluir diretrizes mais específicas para esse tipo de conteúdo, permitindo que a comunidade acadêmica tenha um recurso atualizado e confiável.
Assim, o futuro das normas de referência está intimamente ligado às inovações tecnológicas e à maneira como elas impactam a criação de conteúdo. Acredito que um diálogo contínuo entre profissionais de diversas áreas, incluindo educação, tecnologia e direito, será essencial para moldar as diretrizes que atenderão adequadamente às necessidades emergentes relacionadas à inteligência artificial.
Conclusão: A Importância da Conformidade com as Normas ABNT
A conformidade com as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) é essencial para a produção adequada de referências de conteúdo criado por inteligência artificial. Essas diretrizes oferecem um framework que assegura a clareza e a integridade das informações apresentadas, facilitando a compreensão e a avaliação crítica por parte dos leitores. Quando os autores seguem rigorosamente essas normas, não apenas garantem a precisão das referências, mas também promovem a credibilidade e a profissionalização do conteúdo que produzem.
Um ponto crucial a ser destacado é o fato de que a adesão às normas ABNT contribui para a proteção dos direitos autorais. Em um ambiente onde a originalidade e a autoria são frequentemente desafiadas, citar corretamente as fontes e reconhecer de maneira adequada o trabalho intelectual de terceiros é um imperativo ético e legal. Isso é especialmente relevante para conteúdos gerados por inteligência artificial, que podem incluir elementos de várias obras pré-existentes. Ao fazer referências adequadas, os autores não apenas respeitam o trabalho de outros, mas também se resguardam contra possíveis problemas jurídicos relacionados a plágio e uso indevido de conteúdo alheio.
Além disso, é importante notar que o cumprimento das normas ABNT facilita o intercâmbio de informações. Em contextos acadêmicos e profissionais, frequentemente se requer a consulta a várias fontes, e uma referência bem elaborada não apenas economiza tempo, mas também proporciona aos leitores um maior acesso às informações relevantes. Portanto, a conformidade com as diretrizes ABNT é um passo fundamental para garantir que a produção de conteúdo de inteligência artificial seja ética, acessível e respeitosa com o patrimônio intelectual coletivo.
Resumindo:
Imagens: O uso da IA em imagens criadas é referenciado:
Fonte: Gerada por: (nome da ferramenta de IA utilizada) e data de criação. Exemplo:
Chat GPT, em 30 de abril de 2024.
Textos:
Fonte: Empresa. Comando de geração do texto. Nome do algoritmo. Especificação do suporte. Disponível em: link da ferramenta. Acesso em: data.
No caso dos posts produzidos em nosso site, usamos o seguinte modelo de referência:
Fonte: OpenAI. Uso da IA. Chat GPT, versão de 4 de jun. de 2024. Inteligência Artificial. Disponível em: https:chat.openai.com. Acesso em: 4 de jun. de 2024.
O modelo de referenciação de uso da IA na criação de diversos tipos de conteúdos está em plena discussão e pensamos que, em breve, novas atualizações estarão disponíveis. Estaremos atentos e publicando mais exemplos e definições referentes ao uso da IA na produção de conteúdo.
Norma em elaboração pela ABNT:
ABNT NBR 6023:2018 Versão Corrigida 2:2020
Informação e documentação – Referências – Elaboração
Mais informações, no site da ABNT
Site da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT